terça-feira, 23 de setembro de 2014

Acusado de balear flanelinha enfrenta júri nesta quinta, 25

O adolescente atingido pelas costas ficou paraplégico

                                                    
O ex-policial Darlan Carlos Silva Barros será submetido a júri nesta quinta-feira, 25, no Fórum de Belém (Cidade Velha). Ele é acusado de ter baleado Jhonny Higson Miranda da Silva, que ganhava a vida limpando para-brisas de carros em semáforo de Belém. O crime ocorreu em novembro de 2001.
A sessão de julgamento está prevista para iniciar às 8h, sob a presidência da juíza Ângela Alice Alves Tuma, da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Belém.  Na acusação vai atuar o promotor de justiça Franklin Lobato, em conjunto com o advogado Walmir Moura Brelaz, assistente de acusação. O ex-militar será defendido por defensor público.
Estão previstos quatro depoimentos de testemunhas de acusação, entre elas a vítima e mais duas testemunhas que assistiram à cena do crime. A defesa do réu arrolou cinco testemunhas, entre elas trabalhadores da construção que estavam fazendo reforma na casa do acusado.
O caso: Darlan Carlos Silva Barros teria disparado arma de fogo contra  Jhonny Yguison, à época com 12 anos, quando este limpava o para-brisas do carro do réu em um semáforo. A vítima, ao ver a arma tentou correr, sendo atingido pelas costas. O acusado negou a autoria do crime e alegou que  não estava dirigindo o carro, mas, um possível comprador do carro de nome Goiano. Ele alegou que Goiano teria saído com o carro para um teste deixando como garantia um valor em dinheiro. O disparo de arama de fogo ocorreu no dia 20 de novembro de 2001 num sinal de trânsito de Belém, deixando a vítima paraplégica.

Fonte: Coordenadoria de Imprensa
Texto: Glória Lima
23/09/2014 11:31

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Julgamento do policial que atirou em Jhonny será dia 25 de setembro

JULGAMENTO DO POLICIAL MILITAR DARLAN SILVA BARROS POR TENTAR MATAR, EM NOVEMBRO DE 2001, JHONNY YGUISON, QUE TRABALHAVA COMO FLANELINHA NAS RUAS DE BELÉM.

No dia 25 de setembro de 2014, na 3ª Vara do Tribunal do Juri de Belém, será realizado o julgamento do policial militar DARLAN SILVA BARROS, que no dia 20 de novembro de 2001, sem qualquer motivo, disparou um tiro no então flanelinha JHONNY IGUISON MIRANDA DA SILVA, de 12 anos de idade, deixando-o paraplégico e sofrendo até hoje com as sequelas desse crime, tanto que no dia 25 de agosto deste ano encontrava-se internado no Hospital Ophir Loyola para tratamento de seu único rim.
 
Jonny Iguison era um “flanelinha”, uma criança de apenas 12 anos desperdiçando sua infância como trabalhador de rua, ao lado das milhares de crianças que trabalham no Estado do Pará.

Jhonny esperava ansiosamente o sinal fechar, um sinal Vermelho. E ele veio. E com ele um policial militar insano.

Aquela criança não poderia imaginar que estava diante de seu último sinal vermelho. Um momento em que, mesmo contra a vontade, guarda com detalhes em sua memória.

– Fui até a um carro vermelho no qual estavam dois homens e perguntei ao motorista se poderia limpar o pára-brisa.
– “Não, não precisa, eu não tenho dinheiro” – me respondeu.

– Tudo bem tio, não se preocupe, eu limpo assim mesmo e outro dia o senhor me paga.
– E nesse instante o “passageiro” do carro, um policial militar, disse: - “Ei moleque, queres ganhar um presente de natal?”

– Se o senhor quiser me dar eu aceito.
– Então, ele puxou um revólver e disse: “já viste uma dessa?” “Queres ganhar um presente?” E eu já desconfiado respondi: não tio, obrigado.

– E ele bateu o tambor, eu tava de frente mesmo, quando eu virei pra tentar escapar, ele deu ... Eu ouvi o barulho, gritei, senti o cheiro da pólvora e parecia que as minhas pernas voaram. Acho que nesse momento “ela” atingiu a medula.

– E aí eu caí. Começou a me dar falta de ar, as pessoas batiam na minha cara para eu não dormir. Tinha um bocado de gente, eu via as pessoas, mas pareciam de longe. Eu só pensava na minha mãe.

Jhonny caiu agonizando no asfalto quente enquanto o criminoso fugia do local, avançando o sinal que ainda estava vermelho.
A bala lhe causou um enorme estrago. Entrou por um de seus braços, atravessando seu corpo, lhe tirando um rim, o baço e um pedaço do fígado, sendo-lhe diagnosticada a paraplegia, ou seja, a incapacidade de movimentar os membros inferiores.

Portanto, de um dia para o outro, com apenas 12 anos de idade, Jhonny ficou paraplégico. E todo esforço para imaginarmos o que isso representa, será sempre insuficiente diante da dor imensa que somente ele pode sentir.
- Eu me tornei uma pessoa revoltada. Fiquei um ano sem sair de casa. Durante a noite, no silêncio, tudo parecia um pesadelo. Eu Pensava: por que eu não fui logo daqui? Ficar sofrendo assim. Eu tentei me matar com uma faca, mas a minha mãe veio por trás e segurou. Eu achava que não valia a pena viver.

Após nove anos de sua tragédia pessoal, o sofrimento parece não ter fim. Ainda hoje Jhonny sente dores que parecem eternizadas. Do Estado recebe uma pensão no valor de pouco menos que dois salários mínimos. Em 2008, no processo judicial que ingressou contra o Poder Público, firmou-se um acordo de duzentos mil reais, que foram pagos em 2011. E toda assistência médica necessária lhe deveria ser fornecida.
Jhonny está com pedras no seu único rim, correndo risco de perdê-lo e com ele sua vida. E o policial que o mutilou continua em liberdade, agraciado por uma repugnante impunidade.

Jhonny Yguison permanece entrevado. Sobrevivendo com a dor e os fantasmas que o assombram há treze anos, na companhia apenas de sua família.

Esse crime não pode ficar impune, o policial que feriu Jhonny precisa ser condenado, para nos fazer acreditar na Justiça, mínima que seja.
 

 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

08 DE FEVEREIRO DE 2012


Jhonny Yguison, 23 anos.


PARABÉNS!


sexta-feira, 18 de março de 2011

Enfim, a indenização!

O TJE-Pa, finalmente, pagou a indenização à Jhonny Yguison. Liberou o valor que estava depositado pelo governo do estado desde abril de 2009.
Esse dinheiro vai ajudar muito Jhonny Yguison. Claro que não vai, jamais, reparar os danos que sofreu e sofre em decorrência da violência praticada por um policial militar. Mas é uma fato positivo.
Vamos, depois, anexar matérias que sairam sobre este caso. Queremos aproveitar para agradecer a todas as pessoas que ajudaram e torceram por Jhonny Yguison, demostraram um bom coração. OBRIGADO POR TUDO!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

22 anos. Umas pedras no meio do caminho ...

Neste dia 08 de fevereiro é o aniversário de Jhonny Yguison. São 22 anos de vida.
Dizem que ter saúde é o suficiente para alguém ser feliz. Se não é tudo, talvez seja o fundamental. Então, sendo assim, Jhonny foi feliz até seus 12 anos de idade. Digamos até os 11, já que com esta idade começou a trabalhar como flanelinha nas ruas de Belém. E duvido que alguma criança, em plena formação de sua personalidade, possa viver bem, com dignidade, mesmo que ela própria pense o contrário.

Mas antes ele era um menino alegre. “Naquele tempo era só alegria. Eu tomava banho de igarapé, corria, jogava bola. Eu gostava de andar e onde tivesse aventura eu ía” - relembra.
Com 12 anos, em novembro de 2001, Jhonny foi vitimado por uma bala disparada por um endiabrado policial militar. Começava prematuramente a segunda fase de sua vida: obscura, triste, infeliz. A bala lhe tirou um rim, o baço e um pedaço do fígado, deixando-lhe para sempre paraplégico.

Nos primeiros meses Jhonny ficou entre a vida e a morte. Agora sobrevive entrevado e doente na cama de sua humilde casa. Solitário, na companhia apenas de seus familiares e de seus raros amigos, chegando a desejar o seu passado de trabalhador infantil: “eu preferia continuar trabalhando na rua, pobre, do que estar sofrendo aqui nesta cama”. O sofrimento é tanto que parece ter incorporado “naturalmente” o seu cotidiano: “eu me acostumei a viver com a dor”.
Jhonny aguarda uma indenização, já depositada pelo Estado, mas bloqueada pelo próprio Pode Judiciário. Uma Justiça institucionalizada e burocrática, a tal ponto que parece subtrair os sentimentos humanitários que deveriam possuir os seus juízes membros.

Jhonny Yguison permanece na fila de um hospital, a espera da cirurgia para retirada das pedras de seu único rim. É isso aí: na vida do Jhonny têm umas pedras ...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Jhonny Yguison: nove anos de sofrimento


“Se o hoje não fosse essa estrada, se a noite não tivesse tanto atalho, o amanha não fosse tão distante, solidão seria nada pra você”. (Bob Dylan).

Neste sábado do dia 20 de novembro de 2010, completam nove anos em que Jhonny Yguison passou pela pior experiência de sua vida. Ele era um “flanelinha”, uma criança de apenas 12 anos desperdiçando sua infância como trabalhador de rua, ao lado das milhares de crianças que trabalham no Estado do Pará.
Jhonny esperava ansiosamente o sinal fechar, um sinal Vermelho. E ele veio. E com ele um policial militar insano.
Aquela criança não poderia imaginar que estava diante de seu último sinal vermelho. Um momento em que, mesmo contra a vontade, guarda com detalhes em sua memória.
– Fui até a um carro vermelho no qual estavam dois homens e perguntei ao motorista se poderia limpar o pára-brisa.
– “Não, não precisa, eu não tenho dinheiro” – me respondeu.
– Tudo bem tio, não se preocupe, eu limpo assim mesmo e outro dia o senhor me paga. O senhor vai me dar algum presente de natal?
– E nesse instante o “passageiro” do carro, um policial militar, disse: - “Ei moleque, queres ganhar um presente de natal?”
– Se o senhor quiser me dar eu aceito.
– Então, ele puxou um revólver e disse: “já viste uma dessa?” “Queres ganhar um presente?” E eu já desconfiado respondi: não tio, obrigado.
– E ele bateu o tambor, eu tava de frente mesmo, quando eu virei pra tentar escapar, ele deu ... Eu ouvi o barulho, gritei, senti o cheiro da pólvora e parecia que as minhas pernas voaram. Acho que nesse momento “ela” atingiu a medula.
– E aí eu caí. Começou a me dar falta de ar, as pessoas batiam na minha cara para eu não dormir. Tinha um bocado de gente, eu via as pessoas, mas pareciam de longe. Eu só pensava na minha mãe.
Jhonny caiu agonizando no asfalto quente enquanto o criminoso fugia do local, avançando o sinal que ainda estava vermelho.
A bala lhe causou um enorme estrago. Entrou por um de seus braços, atravessando seu corpo, lhe tirando um rim, o baço e um pedaço do fígado, sendo-lhe diagnosticada a paraplegia, ou seja, a incapacidade de movimentar os membros inferiores.
Portanto, de um dia para o outro, com apenas 12 anos de idade, Jhonny ficou paraplégico. E todo esforço para imaginarmos o que isso representa, será sempre insuficiente diante da dor imensa que somente ele pode sentir.
- Eu me tornei uma pessoa revoltada. Fiquei um ano sem sair de casa. Durante a noite, no silêncio, tudo parecia um pesadelo. Eu Pensava: por que eu não fui logo daqui? Ficar sofrendo assim. Eu tentei me matar com uma faca, mas a minha mãe veio por trás e segurou. Eu achava que não valia a pena viver.
Após nove anos de sua tragédia pessoal, o sofrimento parece não ter fim. Ainda hoje Jhonny sente dores que parecem eternizadas. Do Estado recebe uma pensão no valor de pouco menos que dois salários mínimos. Em 2008, no processo judicial que ingressou contra o Poder Público, firmou-se um acordo de duzentos mil reais, a serem pagos em 2009. E toda assistência médica necessária lhe deveria ser fornecida.
A indenização foi bloqueada pelo próprio Tribunal de Justiça, o tratamento médico não ocorre de forma satisfatória. Jhonny está com pedras no seu único rim, correndo risco de perdê-lo e com ele sua vida. E o policial que o mutilou continua em liberdade, agraciado por uma repugnante impunidade.
Jhonny Yguison permanece entrevado em uma cama no quarto frio e escuro de sua humilde casa. Sobrevivendo com a dor e os fantasmas que o assombram há nove anos, na companhia apenas de sua família.
Se alguém pretende ajudá-lo que seja breve, a morte ronda a vida de Jhonny. E se isso acontecer, todos nós, de alguma forma, conviveremos com nossa parcela de culpa.
Walmir Brelaz

domingo, 11 de abril de 2010

TJE suspende pagamento de R$ 5 mi em precatórios

A decisão final só ocorrerá após a Justiça ouvir todas as partes envolvidas

Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE), Luzia Nadja Nascimento suspendeu o pagamento dos precatórios de R$ 5 milhões, que o Governo do Estado, através da Procuradoria Geral do Estado (PGE), havia destinado em depósito na Justiça para o pagamento de 22 beneficiários, entre eles os sobreviventes do massacre de Eldorado dos Carajás e de Johnny Yguisson. O pagamento está suspenso até que as partes interessadas sejam ouvidas e a desembargadora dê a decisão final. A medida foi tomada após mandado de segurança impetrado por um grupo de beneficiários do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará (Igeprev), que alega ter prioridade na ordem de pagamentos, entre eles váriosidosos. O mandado diz que parte do valor disponibilizado - R$ 2,9 milhões -, seria para pagamentos de precatórios de 2006, e teria sido liberada indevidamente para os destinatários previstos para 2009. Segundo o promotor de Justiça de Defesa dos Deficientes e Idosos, Waldir Macieira, a lista que a PGE havia mandado para o pagamento foi ques-tionada por beneficiários idosos, que se basearam na lei de prioridade. “O presidente do TJE, Rômulo Nunes, mandou ouvir o Ministério Público do Estado. O MP entende que os idosos têm razão e deve-se pagar cronologicamente”. Mesmo assim, o presidente manteve a determinação de pagamentos dos precatórios previstos pelo governo, dizendo que as dívidas da administração direta teriam prioridade, diferente do Igeprev, que seria da administração indireta.

PREJUDICADOS

Entre aqueles que se sentiram prejudicados, o sentimento é de revolta. Para Jhonny Yguisson, que receberia indenização de R$ 200 mil até o final do ano passado, em acordo feito em 2008, a decisão veio em péssima hora. Jhonny foi baleado por um Policial Militar em dezembro de 2001, quando trabalhava como flanelinha na avenida Pedro Álvares Cabral com Tavares Bastos e ficou paraplégico. “Já estávamos negociando uma casa adaptada para mim e estava tudo acertado para pagar com esse dinheiro”, disse. “O pobre tem que ficar se humilhando para resolver seus problemas. Eles ficam nesse embate e envolvem quem não tem nada a ver com isso. Só quero resolver a minha vida, estou cansado disso”. Parte dos sobreviventes do massacre de Eldorado dos Carajás se reuniram ontem em Belém para definir o que fazer. A princípio, eles fariam um protesto na manhã de hoje, em frente ao Tribunal, mas vão aguardar a chegada de outros mutilados e viúvas da tragédia para protestar, no dia 17 de abril, quando o massacre completará 14 anos. “Já se passou todo esse tempo e nos sentimos prejudicados. Estamos cansados de lutar”, desabafou Antônio Alves Oliveira”. O advogado do grupo e de Yguisson, Walmir Brelaz, disse que irá entrar com um agravo contra a decisão da desembargadora. “Quando ela ouvir essas pessoas, tenho certeza que a desembargadora nos dará razão. O DIÁRIO tentou falar com o Procurador-Geral do Estado, Ibraim Rocha, mas não conseguiu. Já Pojucan Tavares, advogado dos beneficiários do Igeprev, a decisão do desembargo foi justa. “Temos pessoas com doenças crônicas, paraplégicas, que estão para receber desde 1994. Não nos opomos a outros beneficiários, mas não podemos excluir as pessoas mais antigas desse pagamento”.

Diário do Pará, 08/04/2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Precatório 1

Revolta
Trinta sobreviventes do massacre de Eldorado do Carajás e o flanelinha Jhonny Yguison, que ficou paraplégico depois de baleado por soldado da PM em 2001, planejam ocupar os prédios do Ministério Público Estadual e do TJE para apressar a liberação do lote de precatórios depositados pelo governo no último dia 9, véspera da decretação da rolagem da dívida estadual de R$ 100 milhões por 15 anos. A ocupação dos prédios, segundo as estratégia, seria reforçada por caravana de sem-terra do sul do Pará solidários com os reclamantes.
Bloqueio
O plano de ocupação do MP e TJE começou a ser montado depois que a presidência do Judiciário acolheu, nos autos do precatório, simples petição do advogado Pojucan Tavares que bloqueou a liberação do depósito na conta do TJE, alegando que o dinheiro devia ser dividido com credores não contemplados na guia de preferência mandada pelo governo. De lá pra cá, a tramitação está parada à espera de parecer do procurador-chefe do MO, Geraldo Rocha, a pedido do presidente da corte, desembargador Rômulo Nunes.
Urgência
O avogado dos sobreviventes do massacre, Walmir Moura Brelaz, confirmou ontem a intenção dos sem-terra de ocupar os dois prédios e de arregimentar o flanelinha Jhonny Yguison para engrossar o protesto. "A paciência esgotou", diz Brelaz, para quem uma simples petição não tem força jurídica para trancar precatporios. "Nunca fomos ouvidos", reclama. Ele informa que vai tentar hoje uma audiência de emergência com Rocha e Nunes. O advogado relata o clima tenso e diz que os sem-terra só esperam até segunda-feira.
Diário do Pará, RD, 31/03/2010

Precatório 2

Prestígio

O advogado Pojucan Tavares está interpelando criminalmente o advogado Walmir Brelaz sobre informações formuladas no RD de anteontem onde é sugerida suposta exploração de prestígio junto à presidência do Tribunal de Justiça. “Brelaz insinuou, maliciosamente, que Pojucan havia, por simples petitório, conseguido o bloqueio da deliberação de depósito que o Governo do Estado destinara ao pagamento dos depósitos da administração direta, onde estão incluídos os sem-terra” diz em nota o advogado Pojucan Tavares.

Diário do Pará, 02/04/2010

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Policial que deixou flanelinha paraplégico vai a julgamento popular

Belém, 22.07.2009

A 1ª Câmara Criminal Isolada do Tribunal de Justiça do Estado decidiu mandar a júri popular o policial militar Darlan Carlos Silva Barros, acusado de atirar no flanelinha Jhonny Yguison Miranda da Silva, deixando-o paraplégico. O crime ocorreu em 2001, na esquina da avenida Pedro Álvares Cabral com a travessa Tavares Bastos, quando o menino tinha 12 anos. Na manhã de ontem, a desembargadora relatora Brígida Gonçalves reconheceu a tese do Ministério Público do Estado, que alegou falta de fundamentação na decisão que em 1º grau havia desclassificado o delito. O voto da relatora foi acompanhado por unanimidade e o PM responderá pelo crime de tentativa de homicídio, e não por crime de lesão corporal grave, como havia sido definido anteriormente.
Segundo denúncia do MPE, o flanelinha trabalhava no cruzamento quando foi alvejado com um tiro disparado por Darlan Carlos, carona do veículo. Jhonny tinha ido oferecer os seus serviços ao condutor do veículo, que recusou. Ao se oferecer para limpar os vidros de graça, o PM teria chamado o menino e oferecido a ele, ironicamente, um 'presente de Natal'. O menino disse que gostaria de recebê-lo e logo em seguida foi atingido por um tiro, que atravessou seu braço, atingindo fígado, rim e baço. O veículo saiu em disparada e Jhonny foi socorrido por pessoas que estavam na área. O menino acabou ficando paraplégico e tendo que usar sonda para fazer as necessidades fisiológicas.
O MP sustentou que havia um equivoco na interpretação do juiz de 1º grau, que havia desclassificado o crime, por entender que não tinha havido dolo na ação do PM. O MP conseguiu convencer a relatora de que não havia fundamentação para tal decisão, pois a 'decisão havia sido equivocada e socialmente injusta' e pediu para que o militar - e não policial civil, como foi publicado ontem, equivocadamente - fosse a julgamento no Tribunal do Júri pelo crime de tentativa de homicídio. A tese do MP foi acolhida pela Câmara.
OPERADO
Jhonny Yguison foi submetido a uma cirurgia na manhã de anteontem e permanece internado no Hospital Ofir Loyola. Segundo o pai dele, o comerciante Francisco Assis da Silva, de 52 anos, a cirurgia teve início às 12h15, para a retirada de pedras nos rins. 'Ele está se recuperando, tomando antibióticos e remédios também para curar uma infecção urinária', disse.
Indignado com todo o sofrimento porque tem passado o filho e toda a sua família, Francisco Assis diz que só quer justiça. 'O que eu quero é justiça porque desde que meu filho foi baleado ele está sofrendo muito', lamenta.

Johnny Yguison enfrenta via-crúcis para conseguir leito em hospital

Belém, 21.07.2009
Ofir Loyola - Paraplégico após ser baleado por policial, o jovem sofre com a uretra obstruída
O drama de quem depende do Estado para tratamento de saúde parece não ter fim. Johnny Yguison Silva ficou paraplégico aos 12 anos de idade após ter levado um tiro disparado por um policial civil, mas, mesmo depois de sofrer durante oito anos, ainda tem que lidar com o descaso do poder público. Ele precisou ser atendido com urgência no Hospital Ofir Loyola, em Belém, no último sábado, mas teve que aguardar horas na calçada. Johnny tem problemas renais e precisava de uma cirurgia para desobstruir a uretra.
Johnny foi atingido por Darlan Barros em novembro de 2001. Na época, ele era flanelinha em um semáforo localizado na avenida Tavares Bastos. Ele pediu para limpar o vidro do carro do policial civil e levou um tiro após ser questionado pelo homem se queria um presente de Natal. O crime fez com que o policial fosse afastado do cargo. No entanto, o pai da vítima, Francisco da Silva, ainda não se conforma com o que aconteceu.
A bala entrou por um de seus braços e tirou-lhe um rim, o baço e um pedaço do fígado. Além de ter ficado paraplégico, Johnny precisa usar sondas para fazer as necessidades fisiológicas. Precisa de fraldas e ainda está com várias feridas no corpo, chamadas escaras, por ter que ficar muito tempo deitado. A família de Johnny Silva entrou com uma ação de indenização contra o Governo do Estado. Em 2008, o Estado fez um acordo judicial com a vítima e pagaria este ano o valor de R$ 200 mil para o jovem, além do tratamento médico.
Desde a semana passada, Johnny começou a ter maiores complicações em decorrência de pedras no rim. Ele não consegue urinar, sente febre e vomita muito. Por causa disso, ele saiu de sua casa, em Ananindeua, e foi de táxi para o Ofir Loyola, no bairro de São Brás, mesmo sem condições de bancar o transporte. O pai dele conseguiu negociar com o motorista, que fez a corrida por R$ 40 em vez de R$ 60, que era quanto custaria.
Chegando ao hospital, ao invés de receber um tratamento digno, o jovem teve que esperar por horas para ser atendido. Mas ele conseguiu marcar uma cirurgia para ontem à tarde. Ele teve a uretra desobstruída para que volte a urinar. De acordo com o pai, a expectativa é o que filho melhore o mais breve possível. 'Meu filho passou por todos esses problemas, mas está sem andar. Enquanto isso, aquele assassino continua solto e vivendo bem', ressaltou.
Como o Ofir Loyola é um hospital especializado em câncer, queriam mandar o jovem para o Pronto-Socorro Municipal (PSM) da 14 de Março, no bairro do Umarizal. No entanto, ele conseguiu, mesmo assim, uma vaga na casa de saúde

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tribunal do Júri

Os desembargadores(as) da 1ª Câmara Criminal Isolada do TJE-PA, reconheceram e deram provimento ao recurso impetrado pelo Ministério Público e pela família de Jhonny Yguison (assistente de acusação) contra a decisão do juiz da 3ª Vara Criminal do Tribunal do Júri da Capital, Dr. Ronaldo Vale, que havia decidido, em 29 de maio de 2007, desclassificar o crime de tentativa de homicídio para lesão corporal de natureza grave, praticado pelo ex-policial militar Darlan Carlos Silva Barros.
Após desferir um tiro contra Jhonny que atravessou seu corpo, lhe tirando um rim, o baço e um pedaço do fígado, tornando-o definitivamente paraplégico, Darlan Barros havia sido indiciado em inquérito policial pele crime de tentativa de homicídio e, sob o mesmo crime, denunciado pelo Ministério Público.
No entanto, após instrução processual, o juiz Ronaldo Vale resolveu desclassificar o crime denunciado, considerando que Darlan não demonstrou a intenção de matar o adolescente Jhonny. “Observa-se que o réu poderia continuar com sua ação homicida, entretanto desferiu um tiro e evadiu-se do local. Ora, se o réu não continuou atirando, não pretendia matar a vítima, voluntariamente cessou o Iter Criminis”, conclui o juiz. E dessa forma, “em qualquer caso de dúvida, deve supor-se no agente a intenção mais branda e menos malévola”.
O assistente de acusação, Walmir Brelaz, sustentou da tribuna que não tinha dúvidas sobre a existência do crime de tentativa de homicídio. “É bem verdade que, neste caso, a intenção deve estar presente no ato criminoso; que o crime tentado deve ser praticado com dolo. Contudo, esse dolo não precisa ser direto (quando o agente pretende o resultado), mas, também, eventual (quando o agente assume o risco de produzir o resultado), conforme tem entendido, inclusive, o STJ”.
Apesar disso, o advogado ressaltou que a discussão, nesta fase, não recai em saber se realmente houve o crime de tentativa de homicídio, mas se há indícios da ocorrência desse crime. A sentença de pronúncia ocorre como uma espécie de admissibilidade da denúncia. “De acordo o art. 413 do CPP, o juiz pronunciará o acusado se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. E tanto um como o outro foram observados pelo próprio juiz. E na dúvida o beneficiado deve ser a sociedade, o juiz não pode subtrair esse direito do Tribunal do Júri”.Em suas conclusões, Walmir Brelaz disse que o Poder Judiciário tem a obrigação constitucional de fazer justiça. E essa decisão vergonhosa não se constitui em justiça, mas sim num estímulo a impunidade. Por isso, deve ser modificada pelo TJE para que se comesse a fazer justiça neste caso.Ao proferir seu fundamentado voto, a desembargadora Brígida Gonçalves dos Santos, afirmou que para a sentença de pronúncia basta que se observe a materialidade do fato e a existência de indícios de autoria, o que se encontra fartamente nos autos. E que a decisão recorrida não se sustentava em uma linha lógica.
Ao acompanhar o voto da relatora, o desembargador João José da Silva Maroja completou dizendo que “um policial sabe do poder destrutivo de uma arma de fogo. Portanto, o réu deveria saber do resultado de seu ato”. E acrescentou: “não entendo como o Dr. Ronaldo Vale proferiu essa decisão”.
A presidenta da 1ª Câmara, desembargadora Vânia Lúcia Silveira Azevedo da Silva, concordando também com a relatora ressaltou que “o policial tem o dever de dar segurança à população e não cometer uma barbaridade dessas”.
Portanto, por unanimidade, a 1ª Câmara decidiu reformar a decisão recorrida para que o réu, ex-policial militar Darlan Barros, seja julgado pela prática do crime de tentativa de homicídio no Tribunal do Júri.Assistiram o julgamento alguns órgãos de imprensa, a ex-deputada Araceli Lemos (presidente do PSOL) e o pai do Jhonny, Francisco de Assis da Silva, que chorou ao ouvir a decisão.

sábado, 8 de novembro de 2008

Jhonny apresenta livro em Maracanã

Jhonny Yguison e seu advogado, Walmir Brelaz, apresentaram o seu livro, no município de Maracanã. O evento ocorreu nesta sexta-feira (7/11), na Biblioteca Pública Municipal. E foi promovido pelo SINTEPP - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública e pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Educação, sendo representado por sua titular, Raimunda Araújo.
Após a apresentação, alguns professores(as), servidores e alunos, emocionados, se manifestaram sobre esse lamentável fato, envolvendo trabalho infantil, educação, violência policial, insegurança, dentre outros. No final, a SEMEC oferecu um coquetel aos presentes.
Vamos ver algumas fotos do envento:







quinta-feira, 17 de abril de 2008

Jhonny firma acordo com o Estado

Jhonny Yguison, em 2002, ingressou com uma ação de indenização por danos morais e materiais contra o Estado do Pará. Nesse mesmo ano, a justiça concedeu uma tutela antecipada obrigando o Estado a fornecer toda assistência médica ao Jhonny.
Hoje, dia 17 de abril de 2008, a governadora Ana Júlia resolveu firma um acordo judicial com Jhonny, no qual o Estado compromete-se a pagar ao jovem o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), a ser pago em 2009; continuar a pagar a pensão especial (R$ 900,00); e o efetivo tratamento médico.
Trata-se de uma ato de sensibilidade do governo, já que, juridicamente, não é obrigado a realizar acordo. Evitou, com issso, uma tramitação de anos do processo.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Novos exemplares

Hoje, 11.04, recebemos mais 500 exemplares do livro sobre a história de Jhonny.
O livro custa R$ 20,00 e o lucro será revertido ao Jhonny.
Prestação de contas: o livro foi impresso na gráfica Supercores no valor total de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Financiado pelo próprio Jhonny (R$ 1.000,00), pelo amigo Fernando Prado (R$ 1.000,00), pelo SINTEPP (que já adquiriu R$ 1.000,00 em livros) e pelo autor Walmir Brelaz (R$ 1.000,00). O restante será pago - esperamos - pela arrecadação proveniente das vendas.
Para comprar entre em contato: walmirjhonny@gmail.com ou na sede do SINTEPP (pass. Sol, 87, fone: 3223-6096). Desde já, OBRIGADO!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Entrevista

No dia 10.03, participamos de uma entrevista na Rede Boas Novas - RBN (Canal 4) para falarmos sobre o livro do Jhonny e dos assuntos que envolvem o seu caso: trabalho infantil, violência policial, morosidade do Poder Judiciário, omissão do Estado, direitos dos deficientes, entre outros.
Da entrevista participaram o Promotor de Justiça Waldir Macieira, o apresentador Mário Freitas, o advogado Walmir Brelaz e Jhonny Yguison.
O programa vai ao ar no próximo dia 24.03 (segunda-feira) às 19h. RBN Canal 4.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Aniversário!

Um dia especial!!

Essa valeu o dia!

E a primeira fatia, para quem foi?!

Esse pulmão ainda tem muito ar!!

Com sua família, os pais (Francisco e Almira) e a irmã Nayara.

Seus amigos de sempre: Fernando Prado a enfermeira e a nutricionista.

O promoto Waldir Macieira, presente e dando presente!

Um olhar presente da esperança!

Saber que tem amigos(as) é, sem dúvida, o melhor presente de Jhonny Yguison!!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O Flanelinha na TV

Hoje, 09/02, assista O FLANELINHA:
Programa "ETC & TAL", com Úrsula Vidal: 12:30, canal 5 - SBT
Em Castanhal e municípios vizinhos, com Araceli Lemos: 12:30 - RTP

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

08 de fevereiro

19 ANOS DE VIDA!

Divulgando

Hoje, 07/01, o advogado de Jhonny, Walmir Brelaz, foi entrevistado no programa da RTP Castanhal (SBT), pela apresentadora Araceli Lemos. Nessa oportunidade, Brelaz falou sobre direitos humanos e, principalmente, sobre nosso livro.

Trata-se de um programa de reconhecida qualidade, liderada por Araceli, que tem demonstrado a mesma competência e profissionalismo dispensados nas atividades que atuou e atua.

O programa vai ao ar no próximo sábado, às 12:30, em Castanha e municípios vizinhos.




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

19 anos: depoimentos

Jhonny Yguison está longe de ser mera mostra estática dos efeitos sociais da acumulação capitalista no Brasil, vítima das desigualdades e injustiças que se reproduzem incessantemente em nossa sociedade, a ilustração acabada de um problema histórico insolúvel sem a prévia transformação estrutural da sociedade brasileira. Muito ao contrário, ele é uma prova eloqüente de que a dignidade humana não tem preço e de que auto-superação é possível quando o caminho escolhido é a esperança ativa, a esperança de quem não espera acontecer, mas faz de seu próprio drama um estímulo para a luta transformadora.
Araceli Lemos
Historiadora e Ex-deputada estadual

19 anos


No dia 08 de fevereiro, Jhonny completará 19 anos! O que ele merece ganhar?!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Divulgando

Ontem (31.01), após gravar o programa "Etc & Tal" no SBT (a ser transmitido no dia 09.02), Jhonny participou de uma apresentação de seu livro no Espaço Cultural da SUDAM.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Apresentação

VIOLÊNCIA
Flanelinha
O advogado Walmir Brelaz lança hoje, na Sudam, o livro 'O flanelinha: Sinal vermelho para Jhonny Yguison', que conta a trágica história do flanelinha baleado em 2001 por um policial militar. Toda a renda será utilizada no tratamento do menino, que ficou paraplégico ao ser alvejado.
O Liberal, R70, 30.01.08

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Apresentação

No dia 31 (quinta), às 17h, faremos uma apresentação do livro, com a presença de Jhonny, no auditorio da SUDAM.
Passe lá!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Encontro


Jhonny Yguison e Rubenita Justiniano, duas pessoas diferentes, mas com histórias semelhantes: são vítimas da violência policial. Jhonny foi atingido por uma bala no dia 20 de novembro de 2001; Rubenita também foi ferida em 17 de abril de 1997, no massacre de Eldorado do Carajás. Os dois mostram suas história e suas dores.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Etc. & Tal

Jhonny Yguison no programa "Etc. e Tal", com Úrsula Vidal. Aguardem!.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

XVIII CONGRESSO SINTEPP


No dia 10 de dezembro de 2007, no Congresso do SINTEPP, fizemos uma apresentação de nosso livro. Abaixo, algumas fotos desse emocionante momento.